Yves Klein


"UNTITLED" (1958)
Yves Klein, um dos artistas mais influentes e conhecido do século 20, praticamente reinventou a arte contemporânea na década de 50 por seu fascínio com o imaterial.
Um apaixonado pelo céu e seus tons, criou seu próprio pigmento azul (chamado de “Klein Blue”).
Klein abriu o caminho para os movimentos da arte conceitual, minimalista, e os movimentos performáticos que se seguiram. Ele fez pinturas monocromáticas e esculturas, construiu uma galeria de exposições a partir do nada, utilizandos corpos nus como pincéis para aplicar tinta ao papel, deixando o vento e a chuva darem forma em  suas telas.
Suas obras fazem parte de acervos permanentes de importantes museus ao redor do mundo, estando presente também em renomadas coleções particulares.
Nascido em Nice na França, em 28 de abril de 1928, o pintor e escultor francês Yves Klein morreu em Paris em 06 de junho de 1962.
Vamos dar uma olhada em suas pinturas e esculturas, “monocromáticos Klein Blue”!
AC


"GREAT BLUE CANNIBALISM" (1960)


"ANTHROPOMETRY PRINCESS HELENA" (1960)

Yves Klein e uma modelo durante performance de “Anthropometry of the Blue Epoch”
Ele era conhecido por usar modelos como “pincéis” para suas telas.


"PEOPLE BEGIN TO FLY" (1961)


"UNTITLED ANTHROPOMETRY" (1961)


"THE WAVE" (1959)


"DYING" (1961)


"THE VENUS OF ALEXANDRIA" (1962)


"BLUE" (1960)


"TREE, LARGE BLUE SPONGE" (1962)


"ANTHROPOMETRY" (1960)


"BLUE AGREEMENT" (1962)

YVES KLEIN



Algumas vezes a criação de suas pinturas se transformava em um tipo de performance (em um evento em 1960, por exemplo, havia uma platéia vestida a rigor observando modelos realizarem suas tarefas enquanto um grupo de músicos executavam “A Sinfonia Monotônica” de Klein, de 1949, que consistia de uma única nota






Em contrapartida ao uso das cores, o artista criou obras efêmeras e imateriais. Por exemplo, o lançamento de 1001 balões Azul Klein no céu de Paris, uma exposição que consistia em uma galeria de arte vazia e a venda do que ele chamava de “Zonas Imateriais de Sensibilidade Pictórica”, que nada mais eram do que espaços vazios. [Obvius Mag]





Dançando com o vazio

A imagem dessa página é “Leap into the Void” (nome completo da obra: “Salto no vazio: um homem no espaço! O pintor do espaço se joga no vazio!”), fotomontagem de 1960 pensada – e protagonizada - por Yves Klein.

Antes de saltar ao vazio, o artista francês compôs uma sinfonia monotônica, pintou telas monocromáticas (com uma tonalidade de azul criada por ele, o epifânico “International Klein Blue”), soltou 1001 balões (azuis-klein) pelo céu de Saint-Germain-des-Prés, no que chamou de “escultura aerostática”, e vendeu espaços vazios por ouro – que depois jogou nas águas do Sena.

Sem falar das modelos nuas (“pincéis vivos”) se besuntando de tinta azul-klein (“o invisível tornando-se visível”) sobre telas em branco ao som da sinfonia monótona – em 1949!

Mais do que o azul que o imortalizou, a imagem que resume melhor sua meteórica carreira (Klein morre de infarto aos 32) é a impressa ao lado. O seu mergulho de fé no vazio – no imaterial, no efêmero – anuncia nossa contemporaneidade com 50 anos de antecedência. Além de antecipar a instalação e a performance como formas de arte, Klein nos antecipou o vazio.

“A era do espaço” anunciada por Klein, um faixa-preta de judô versado em Zen-budismo e na cosmogonia Rosa-cruz, prevê um mundo onde espíritos sem fronteiras existem livres de forma, objetos levitam e seres humanos viajam livres do seu próprio corpo. Ele preconiza a virtualidade total.

Penso em Klein, homem fora do tempo, e na sua estética da desaparição não porque eu mesmo faça planos diários de sumir como um personagem do Vila-Matas, mas porque passei a tarde conectado ao Facebook, recebendo sugestões de amigos que desconheço sobre o que escrever ou não.

(Para os neófitos: Facebook é uma Ilha de Caras Virtual, onde as celebridades em potencial que povoam nosso planeta organizam sua vida social, estampam fotografias e fazem a fila para seus futuros parceiros sexuais e/ou afetivos.)

O desfile de personagens-de-si-mesmos em sites como o Facebook, o ramerrame monossilábico do Twitter ou a interação visual explícita do Chatroulette confirmam Klein: espíritos sem fronteiras, seres humanos viajando livres do corpo, objetos levitando etc. Como diria Klein: “vida longa ao imaterial!”

O vazio está aí - mais do que nunca esteve. Só nos resta aprender a dançar com ele.




Fontes: http://www.40forever.com.br/yves-klein/
http://artecapital.net/exposicao-70-yves-klein-yves-klein-corps-couleur-immateriel
http://www.yveskleinarchives.org/news/publications_fr.html
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1910200628.htm


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