Sei do trabalho de inúmeros artistas [diretores, atores, dançarinos,músicos...] gente
de talento que precisa de apoio, de uma ajuda, que seu link seja partilhado pra
ganhar reconhecimento, que uma contribuição seja dada no Catarse ou que simplesmente se divulgue um evento mesmo que não vá... mas todos finjem que não veem...
Mas quando se trata de futilidades é para isso que existe esta populosa região da nuvem... nos milhares terabytes de informação... E ai numa bela tarde entro no facebook e só vejo o frisson do momento "O Mendigo de Curitiba"... e todos querendo ajuda-lo, porque ele é lindo e precisa que alguma agência o lance no mercado!
Ah vá!
Todos pisam em cima dos
mendigos, fogem deles, criticam-os e agora, só porque uma turista tirou a foto
do mendigo galã todos tem que ajudar ele e compartilhar...
Vê-se que ninguém, [nem brasileiro, nem curitibano] conhece
ou já conversou com algum mendigo... a maioria deles está na rua por opção,
abandonaram o que tinham por causa de vícios... mas ninguém fala com os
carrinheiros, estes sim estão batalhando pra ganhar um dinheiro, sustentar famílias, quem sabe se um dia aparecer um carrinheiro galã ele não
ganhe espaço nas redes sociais e na nossa maravilhosa midia que também está pronta a tornar matéria de capa o mainstream.
As descobertas sobre o tal mendigo surpreenderam a todos: se descobriu que é um ex-modelo
fotográfico que abandonou tudo por causa do crack... [me chamem de moralista ou
o que quiserem, mas aqueles que se permitem viver no vício, que buscam em
drogas um escape tem mais é que perecer mesmo!]
Não adianta internar... internação só é efetiva àquele que
quer mudar de vida... e não quando é imposto os pais quererem não vai resolver nada!
As pessoas querem fazer o bem, não importa a quem, elas
apenas precisam que alguém seja objeto de sua generosidade, como Kant coloca em sua obra Reflexiones (apud SCHNEEWIND, 2005, p. 534)
muitas pessoas sentem prazer em fazer boas ações,
mas por isso não querem ter obrigações para com os outros.
Se alguém chega até elas de maneira submissa, eles farão tudo.
Não querem se sujeitar aos direitos das pessoas,
mas encará-los como objeto da sua generosidade.
Já tô até anciosa pra encontra-lo na rua e perguntar como tá o faturamento agora... deve tá dando pra fumar um pouco mais por dia.
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