A verdadeira poesia é uma viagem ao desconhecido. É caos e criação. Vida e morte. Verbo e substantivo. Espanto e descoberta. E mesmo que seja entendida como arma ou alma carregada de futuro, a poesia é a mais imponderável das criações do espírito humano. É fogo e fumaça. Grito e silêncio. Passatempo e sacramento. Solidão e intercambio. Caminho solitário que cruza com o caminho de todos.
E todos nós percebemos, intuímos e sabemos que a poesia é um desafio à razão. Talvez porque ela, poesia, seja efetivamente a única razão possível. É um paradoxo, é claro. Mas quando se trata de poesia é necessário estar aberto a um infindável número de questões complexas e absurdas. Afinal, como é que uma coisa que não serve para nada, ninguém paga aluguel com palavras e nem faz crediário com poemas, pode ser tão necessária e indispensável à vida humana?
Cheguei hoje ao conhecimento da obra de Rubens Jardim, uma poesia visual densa, carregada da mais pura linguagem que se pode esperar de um poeta...
Em homenagem ao poeta Paulo Leminski, Rubens Jardim cravou Herrar é Umano
--transferência de um código verbal gasto para um código visual
inovador". A foto mostra a montagem do poema visual na exposição
OBRANOME2, no Museu Nacional da República, em plena Esplanada dos
Ministérios, parte da
I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA 2008.
Três poemas visuais pegos do Site do Antonio Miranda
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SHOP ERGO SUM – poema visual de Rubens Jardim
em exposição na Biblioteca Nacional de Brasíla
durante a I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA = I BIP
Algumas crítica se comentários feitos sobre Rubens Jardim, por quem entende de poesia:
“Rubens Jardim, que parece ser o mais maduro do grupo --mais maduro e, no fundo, mais amargurado -- diz, significativamente, que sua infância foi exata como um relógio sem ponteiros.” Rolmes Barbosa (Suplemento Literário de O Estado de São Paulo, maio de 1965)“Poeta de talento o jovem Rubens Jardim do Ultimatum, que diz com o desassombro de seus 20 anos poesia em praça pública (como naquele Comício Poético, em outubro de 65, na Praça da Sé, em São Paulo)... E eu planto aqui no cerne de cada coração, o ultimatum da minha última esperança... “ Stella Leonardos ( Jornal de Letras 1966)“Poeta Rubens Jardim: deixo de responder à sua carta-desencanto porque a melhor resposta lhe foi dada por você mesmo, em Espelho Riscado, cadernos de poesia-2. A poesia é exatamente o projeto de solução que encontramos para os desencontros e absurdos do mundo. E você dá bravamente o recado, em seus versos. Portanto, é seguir em frente, com as armas da lucidez e da esperança.” Carlos Drummond de Andrade (carta,1979)“Você celebrou os 80 anos de Jorge com o mais belo monumento. Erigido pelo amor, ressuscita o morto na sua encarnação perene: a eternidade de seus poemas.Não sei de ensaio mais penetrante desse milagre da Poesia que foi Jorge de Lima. Um abraço Jardim, herói dessa façanha.” Menotti del Picchia (carta, maio de 1973)“O anarquista Jorge de Lima seria o primeiro a achar ótima a idéia de se comemorar seus 80 anos de nascimento com um livro como o de Rubens Jardim. Afinal, só uma admiração muito grande por um escritor morto há vinte anos poderia levar a uma edição de 500 exemplares, mimeografados, vendidos quase que como um livro pornográfico, clandestino e transbordante de entusiasmo pela obra de um poeta praticamente fora de moda no estranho sistema de valores das teses universitárias.” Geraldo Galvão Ferraz (revista Veja,1973)
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